sexta-feira, 14 de junho de 2013

Da arte de se piorar uma situação

Até ontem a situação das manifestações violentas na Paulista era um problema. Depois da noite de ontem, tornou-se algo ainda mais sério. Tornou-se uma crise política. Graças à inabilidade dos governos federal, estadual e municipal, a Polícia Militar agiu da única forma que sabe: com truculência. O resultado é que se abriu uma situação que até já recebeu verbete na Wikipedia - a Revolta da Salada - e cujo resultado tornou-se imprevisível.

Algumas variáveis:

  • O tamanho da truculência certamente submeterá o governo brasileiro e paulista à pressão internacional. A existência de jornalistas feridos e presos arbitrariamente, neste sentido, só piora a situação
  • A opinião pública mudou completamente de lado - com exceção de segmentos fascistóides, a maioria está recriminando a barbárie da noite de ontem. E os dedos estão apontados para os governos.
  • O perfil da nova liderança do movimento exige dos governos criatividade para encontrar soluções. E esta é uma competência em falta nos políticos que temos hoje. Portanto, ou alguém - no governo ou no movimento - mostra um talento escondido e se torna herói, ou o resultado desta situação será o pior possível
  • Desta mobilização surgirá uma nova liderança social, cujo perfil não temos como saber agora. O desafio neste momento é entender qual será este novo perfil, quais serão suas virtudes e quais seus vícios, pois isto definirá o rumo das mobilizações sociais daqui para a frente.

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