terça-feira, 2 de julho de 2013

Plebiscito, referendo e o golpe dos fisiológicos

Após a reação perplexa dos políticos à invasão das ruas no Brasil, que os levou a votar alguns projetos contra si próprios, começa-se a se articular um golpe que se pretende contra a Dilma, mas que na verdade é contra eu e você. O golpe se iniciou no recuo da proposta de Constituinte para a reforma política, e vai ganhando a forma do esvaziamento do processo plebiscitário.

Senão vejamos: hoje o Painel Político da Folha de S. Paulo nos informa que o presidente da Câmara propõe uma alternativa ao plebiscito proposto pelo governo: uma comissão que elabore uma proposta a ser submetida a referendo em 2014. Um enrolation.

Não que o plebiscito da presidente seja algo excelente. A cada dia que passa fica claro que a proposta do governo deve se reduzir a uma consulta sobre voto em lista e financiamento público de campanha. Duas medidas que, sozinhas, podem tornar nosso ambiente institucional menos democrático ainda.

O que eles estão fazendo é ganhando tempo, enquanto se protegem do povo em estado de alerta. Querem reduzir suas concessões ao mínimo, enquanto esperam a poeira baixar. Nisto se junta a oposição, o governo, os fisiológicos e até o probo juiz Gilmar Mendes, o BFF do Daniel Dantas.

Para quem foi às ruas porque não se sente representado por ninguém que aí está, o que interessa é um amplo processo de mudança institucional. Uma vez que a Constituinte perdeu fôlego, que seja um processo plebiscitário, mas com o máximo de tópicos possível. Caso contrário, estaremos reclamando de falta de representatividade por muito tempo ainda.

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