segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Interpretações sobre o plano Brasil Maior

Passado quase uma semana do anúncio do plano Brasil Maior, uma coisa está clara: até agora ninguém o entendeu. Os liberais e neoclássicos ainda não saíram dos anos 1990, e reclamam do excesso de expansionismo, expansão fiscal e do direcionamento do investimento a determinados setores. Os desenvolvimentistas, por sua vez, estão nos anos 1970: aplaudem a tudo, com críticas pontuais à desoneração da folha de pagamento pela sua facção "de esquerda". E todos ignoram solenemente o ponto que pode favorecer no longo prazo: o investimento em inovação.
Os liberais tem razão apenas no excesso de protecionismo do plano. Ainda assim, ele se justifica pela expansão comercial chinesa e pela vulnerabilidade cambial brasileira. Os desenvolvimentistas tem razão, mas não pelos motivos que eles expõem, porque eles olham o Brasil semi-industrializado dos anos 1950 e 1960, não o mercado emergente do século XXI.
E fato é que até agora não existe formador de opinião capaz de entender o mercado de venture capital. Em 2003, eu assiti ao anúncio do programa de angel investor privado mais abrangente  que conheci: a Autovisão, da Volkswagen. Por malentendidos de todas as partes e dificuldades de comunicação da Volkswagen, patrocinadora do projeto, a iniciativa foi abortada. De lá para cá, pouco se avançou na prática. E pelos comentários ao Brasil Maior, pouco avançaremos.

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